segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Publicações

Este espaço será destinado à divulgação de materiais já publicados pelo autor, em canais científicos.
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ESTATÍSTICA EXPERIMENTAL APLICADA NA AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE MÉTODOS BASEADOS EM CLASSIFICAÇÃO SUPERVISIONADA DE IMAGENS
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Artigo pulicado na Revista Brasileira de Cartografia - (2014):
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TESTE DA CORRELAÇÃO ENTRE HIPSOMETRIA E ÍNDICES DE OCORRÊNCIA DO MOSQUITO Aedes aegypti NA CIDADE DE MONTES CLAROS-MG COM DADOS DOS ANOS 2009 E 2010
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Artigo pulicado na Revista Caminhos de Geografia - (2013):
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http://www.seer.ufu.br/index.php/caminhosdegeografia/article/view/21053/13401
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DIAGNÓSTICO DO USO DO SOLO E DEGRADAÇÃO AMBIENTAL NA BACIA HIDROGRÁFICA DO PANDEIROS-MG COMO SUBSÍDIO PARA ESTUDOS DE IMPACTO AMBIENTAL
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Artigo pulicado na Revista Geoaraguaia - (2011):
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INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DO AEDES AEGYPTI NA CIDADE DE MONTES CLAROS (MG) COM USO DE GEOTECNOLOGIA
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Artigo pulicado na Revista Brasileira de Cartografia - RBC - (2010):
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UM BREVE DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO PARQUE ESTADUAL DE GRÃO MOGOL (MG) E SEU CONTEXTO ESPACIAL

Artigo publicado na revista Caminhos de Geografia (2010):
http://www.seer.ufu.br/index.php/caminhosdegeografia/article/view/16133/9079

ANÁLISE BIOCLIMÁTICA DO BAIRRO MORADA DO PARQUE DE MONTES CLAROS (MG)Artigo publicado na revista Caminhos de Geografia (2010):

http://www.seer.ufu.br/index.php/caminhosdegeografia/article/viewFile/15929/8989


USO DO SIG NA ANÁLISE DA DENGUE: APLICAÇÃO NA MICRORREGIÃO DE MONTES CLAROS/BOCAIÚVA (MG)Artigo publicado na Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde - Hygeia (2008):

http://www.seer.ufu.br/index.php/hygeia/article/viewFile/16910/9319


Em breve, mais contribuições.

sábado, 20 de junho de 2009

Você Quer Aprender a Criar Mapas?


Estamos oferecendo em parceria com a Associação Comercial e Industrial de Montes Claros - ACI/MOC, cursos voltados para a área do Geoprocessamento. São três modalidades, nas quais o interessado terá a oportunidade de adquirir ou aperfeiçoar seus conhecimentos na perspectiva da cartografia digital.

Os cursos têm duração de uma semana, carga horária em sala de aula de dez (10) horas, mais dez horas com exercícios para serem feitos em casa com auxílio da apostila. Ao final do curso, o aluno faz uma prova, onde será avaliado seu aproveitamento. O certificado emitido pela ACI é de vinte (20) horas.

Curso 1 - Noções de Geoprocessamento - o aluno aprenderá técnicas de criação de mapas com os dois softwares mais usados pelos profissionais da cartografia, o AutoCAD e o ArcView. Com os conhecimentos adquiridos, o interessado terá a possibilidade de criar uma variedade imensa de produtos cartográficos digitais.

Com o AutoCAD, o aluno aprenderá a gerar bases de dados vetoriais, que o possibilitarão produzir mapas através da digitalização ou através de pontos do GPS.

No ArcView, o aluno poderá pós-processar seu desenho, criando variados temas de acordo com sua necessidade, usando símbolos, rachuras, cores e ferramentas estatísticas que darão uma excelente qualidade gráfica ao seu mapa.

Pré requisitos necessários: interesse.
Alunos por turma: mínimo 3 máximo 5.

Temas abordados no curso:

- FERRAMENTAS DO ARCVIEW
- BANCO DE DADOS
- TEMATIZAÇÃO DE MAPAS
- FERRAMENTAS DO AUTOCAD
- DELIMITAÇÃO DE ÁREAS
- SISTEMA DE COORDENADAS
- DATUM
- CONVERSÃO DE COORDENADAS
- CÁLCULO DE ÁREAS
- MANUSEIO DE IMAGENS NO AUTOCAD
- NOÇÕES DE FOTOINTERPRETAÇÃO
- VETORIZAÇÃO (DIGITALIZAÇÃO) DE IMAGENS
- IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO DE ARQUIVOS SHAPEFILE
- ESCALAS
- PADRÃO IEF
- LAYOUT
- PLOTAGEM
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Curso 2 - Processamento Digital de Imagens - o aluno terá noções das técnicas de manipulação de imagens de satélite. Com o manuseio de imagens orbitais, o interessado poderá fazer diversas análises espaciais, gerando produtos cartográficos dos mais variados temas e aspectos geográficos. Os softwares trabalhados serão o MultSpec e o Spring - softwares livres, sendo o último criado com tecnologia brasileira.

Pré requisitos necessários: ter noções de Geoprocessamento.
Alunos por turma: mínimo 3 máximo 5.

Temas abordados no curso:

- PRINCIPAIS FERRAMENTAS DO SPRING
- CONFIGURAÇÃO DO PROJETO
- SISTEMA DE COORDENADAS
- CADASTRO DE IMAGEM
- IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO DE IMAGENS
- BANDAS ESPECTRAIS
- CONTRASTE DE IMAGENS
- CLASSIFICAÇÃO DE IMAGENS ORBITAIS
- DADOS VETORIAIS
- GERAÇÃO DE IMAGEM SOMBREADA
- MODELAMENTO NUMÉRICO DE TERRENO (MNT)
- LAYOUT DO PROJETO
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Curso 3 - GPS + TracKMaker + Google Earth - o interessado terá a possibilidae de aprender a manusear o aparelho de GPS, a descarregar os pontos com o software TrackMaker e usá-los juntamente com as imagens do Google Earth.

Pré requisitos necessários: interesse.
Alunos por turma: a combinar.

Temas abordados no curso:

- ESTRUTURA DO GPS
- SISTEMA DE COORDENADAS
- FERRAMENTAS DO TRACKMAKER
- EXPORTAÇÃO DE DADOS
- POTENCIALIDADES DO GOOGLE EARTH
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Na ACI/MOC, o curso - Noções de Geoprocessamento acontece a partir das segundas-feiras, nos horários: 16:00, 18:30 e 20:30 horas. Os outros cursos devem ser agendados.

Os cursos podem ser oferecidos também, em instituições privadas e públicas.

CONTATO: Prof. Diego Fonseca (38) 9913-6147 ou (38) 9122-3091

Vagas limitadas, reserve já a sua!

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

A Maior Onda


A maior onda já registada ocorreu na Baía de Lituya no litoral do sul do Alasca em 1958. Um terramoto medindo 8,3 na escala Richter sacudiu 31 milhões de metros cúbicos de terra e água na entrada da baía.

Quando os escombros bateram na água, uma onda imensa de 520 metros de altura foi criada e lavou o promontório (cabo formado de rochas elevadas).

Como os cientistas souberam que esta onda foi tão incrivelmente enorme? Simples! Eles encontraram a marca da água, a linha onde a água alcançou seu ponto mais alto em terra. Obviamente esta não é a maior onda que já existiu, somente a maior documentada.

Três barcos de pesca testemunharam o acontecimento da Baía de Lituya. Infelizmente, duas pessoas num dos barcos morreram. Incrivelmente, os outros dois barcos "surfaram" as ondas e seus ocupantes sobreviveram.

A foto mostra o promontório ao lado do Glaciar de Lituya, local que foi varrido até uma altura de 520 metros pela onda gigante.



Referência:


http://www.ondasurf.com/

terça-feira, 2 de outubro de 2007

A Questão dos Resíduos Sólidos no Brasil



Diego de Sousa R. Fonseca



Há atualmente no Brasil uma grande preocupação por parte de ambientalistas, poder público, setores da sociedade e alguns empresários, com o destino dos resíduos sólidos. Nosso país ainda não tem políticas sérias para o processamento dos materiais residuais.

A diminuição de resíduos é motivo de preocupação mundial, já que seria mais eficaz diminuir a quantidade de lixo a ter que reciclá-lo. Países desenvolvidos como Estados Unidos, Canadá, Japão e Alemanha, estão bem à frente de países em desenvolvimento, no que se refere a políticas de redução, reaproveitamento, reciclagem e destino de materiais em desuso. Nesses países existem leis específicas para restaurantes, domicílios, hospitais, indústrias rurais e urbanas, para o fim adequado do lixo. Estabelecimentos que atingem certo percentual de aproveitamento dos materiais sólidos ganham incentivos fiscais por parte do governo afim de que haja maior interesse empresarial no assunto.

Nas nações subdesenvolvidas não existe consciência dos cidadãos que o destino do lixo é responsabilidade também do indivíduo, e não somente dos organismos públicos. A simples separação do lixo sólido (papéis, plásticos, vidros) dos não sólidos antes do recolhimento urbano, já seria grande ajuda para maior eficiência no processamento da reciclagem. Além do que, diversos materiais que poderiam ser reaproveitados para uso doméstico (vasilhas plásticas de manteiga, garrafas de vidro e de plástico, caixas de papelão) são jogados fora, mostrando a cultura mal educada das sociedades que ainda não estão inteiradas sobre o impacto ambiental que o lixo mal destinado causa à natureza, tendo conseqüências ruins aos próprios seres humanos, já que o mau armazenamento do lixo polui o ar, o solo, conseqüentemente os lençóis freáticos e os rios, acarretando a contaminação do ambiente atmosférico e dos alimentos ingeridos por nós, seres “civilizados”.

Enquanto nas nações desenvolvidas o mais usado é o reaproveitamento dos materiais, no Brasil a moda é reciclar. Tudo é reciclável, tudo é descartável. Todavia as pessoas deveriam ter maior acesso às informações sobre o assunto. Nossa consciência ambiental é tão deficitária, que os cidadãos ainda conservam a atitude primitiva de jogar papéis e embalagens de modo geral nas ruas. Esquecem que esse comportamento promove o entupimento de bueiros e áreas de escoamento fluvial, ocasionando nos períodos de chuva a dificuldade de escoamento das águas no perímetro urbano, transporte desse lixo para rios e áreas impróprias, causando danos ao meio ambiente.

Em todo país há a discussão sobre a melhor maneira de operacionalizar formas de destino de materiais já utilizados. Essa discussão é tema de diversos seminários, com participação de políticos, ambientalistas, empresários e diversos profissionais ligados ao assunto. Existe o projeto de lei apresentado pelo Ministério do Meio Ambiente, com parágrafos específicos para: bares, restaurantes e padarias. Boas idéias para melhorar o processamento do lixo são apresentadas e discutidas, mas há dificuldades na aceitação de mecanismos de fiscalização e destino do lixo, posto que, na sociedade brasileira implicaria em mudança de cultura.

Nos seminários é discutida a criação de leis, objetivando estimular o desenvolvimento com a menor geração de resíduos possível. A idéia é que órgãos como Caixa Econômica e BNDES dêem incentivos com taxas de juros menores àqueles setores que apresentarem projetos de contenção de resíduos em seu processo produtivo. Fomentar parcerias entre catadores e empresas terceirizadas com prefeituras municipais, para coleta seletiva de materiais aproveitáveis. Implementação da educação ambiental nas escolas, o que será apenas o cumprimento da lei que já existe, Lei 9.795 de abril de 1999. Elaboração do Plano Municipal de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e Especiais, em pareceria com produtores dos próprios municípios para que haja gerenciamento eficaz do destino do lixo urbano. São propostos também: definir metas de reciclagem e retornabilidade de acordo com cada setor. Gerenciar o Plano de Resíduos Perigosos. Aos cidadãos será obrigatório quando for implementada a coleta seletiva, da separação do lixo em pelo menos, úmido e seco, com punições estabelecidas caso haja o descumprimento. Retornabilidade de produtos em postos de coleta estabelecidos por lei, para que sejam entregues aos fabricantes. Às indústrias será obrigatório operar o sistema de retorno para produtos determinados por lei ou que ofereçam perigo.

Minas Gerais já conta com leis que punem prefeitos que não tenham comprometimento com a destinação dos resíduos sólidos, através da inclusão dos mesmos no crime de Improbidade Administrativa, instituída pelo COPAM desde 14 de junho de 2002, pela qual ocorre a punição dos prefeitos municipais que não obedecerem à lei que os obriga a criar e manter aterros sanitários para armazenagem adequada do lixo. Para a bacia do São Francisco, foram designados para fiscalização da limpeza e denúncia de crimes ambientais contra o rio, cinco promotores.

O interesse na destinação correta dos resíduos sólidos é de interesse da sociedade em geral, não somente de setores isolados. Deve-se promover a conscientização das pessoas através da educação e fiscalização das leis em vigor e as que forem implantadas, além do papel individual dos cidadãos de fiscalizar quem age mal com os interesses sociais jogando lixo nas ruas ou poluindo ecossistemas naturais. É responsabilidade de todos a preservação do meio ambiente.

REFERENCIA

www.abes-sp.org.br

domingo, 2 de setembro de 2007

Intervencionismo e Liberalismo no Governo Collor


Diego de Sousa R. Fonseca
José Maria Domingues

Neoliberalismo

“O neoliberalismo é o paradigma econômico e político que define o nosso tempo. Ele consiste em um conjunto de políticos e processos que permitem a um número relativamente pequeno de interesses particulares controlar a maior parte possível da vida social, com objetivo de maximizar sues benefícios individuais. Inicialmente associado a Ronald Reagan e Margareth Thatcher, o neoliberalismo é a principal tendência da política e da economia globail nas ultimas duas décadas, seguida, além da direita, por partidos políticos de centro e por boa parte da esquerda tradicional. Esses partidos e suas políticas representam os interesses imediatos de investidores extremamente ricos e de menos de mil grandes empresas”. (Trecho do livro: O lucro ou as pessoas? Noam Chomsky. Edição:2004. p.7.)

Desde os anos 80, a América Latina assistiu ao esgotamento da industrialização pós-substituição de importações, e à transição dos regimes autoritários à democracia. A abertura das economias nacionais, a transformação do aparelho estatal, a consolidação dos regimes democráticos e o encerramento da maior parte dos conflitos armados regionais ou internos, contudo, não bastaram para solucionar os problemas acumulados na década precedente.

Em 1990, o presidente Bush lançou a iniciativa para as Américas, aventando a criação de uma área de livre comércio do Alaska à terra do fogo. Tratava-se de uma estratégia destinada a reagir à construção da União Européia, à ascensão da Ásia Oriental, como forma de permitir a Washington reafirmar sua hegemonia mundial no pós Guerra Fria. Para enfrentar esses desafios os EUA precisavam articular um espaço econômico exclusivo e incrementar suas exportações, como um dos mecanismos necessários para reciclar sua base produtiva e tecnológica. Precisava também, gestar formas menos custosas de manter sua hegemonia mundial. Tal processo já se havia iniciado com a integração da América do Norte: NAFTA, (Área de Livre Comércio da América do Norte – Canadá, México, EUA).

A resposta brasileira a esses novos desafios e aos efeitos negativos decorrentes da inserção mundial de cunho neoliberal, implantada pelo governo Collor, provia da atuação compensadora do Itamaraty (O Ministério das Relações Exteriores Brasileiro), e materializou-se com a aceleração e ampliação da integração Brasil e Argentina.

Em março de 1991, foi assinado o Tratado de Assunção, que criava o Mercosul – Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. O tratado consistia na liberação completa do comércio inter-regional e adoção de uma tarifa externa comum. Nessa perceptiva, visando modernizar a indústria nacional e incluir o Brasil na rota do comércio mundial, o governo Fernando Collor de Mello teve como princípios a abertura do país para a comunidade de economia internacional. Ele queria fazer o país participar do primeiro mundo pela abertura do comércio, pela privatização e pela desregulamentação. Um dos seus objetivos era forçar a indústria nacional a produzir com lucratividade “leal” frente a concorrência internacional, e com produtos de melhor qualidade.

“É com o titulo de nação moderna e competitiva que passaremos a ter uma presença cada vez mais atuante nas grandes decisões internacionais.(...)


Esse é o sentido, também, da nova política industrial que o meu governo acaba de
anunciar. Vamos-nos valer de uma maior exposição à concorrência internacional como meio de acelerar a modernização de uma economia em que a ineficácia era acobertada pelos cartórios protecionistas, e na qual o consumidor brasileiro era obrigado a arcar com o custo dessa atitude e da prática de lucro abusivo, inteiramente dissociado dos parâmetros vigentes do mercado externo.” (Pronunciamento do Presidente Collor – Diretrizes para um Novo Brasil – Imprensa Nacional – SIG – Brasília, DF, 02/1991.)

De acordo com os seus discursos sobre política econômica, certas pessoas dialogam que quando o governo promove a liberação comercial e a privatização, na medida que defende a idéia de coordenação econômica, cabendo antes ao mercado do que ao estado, Collor seria um neoliberal. Porém, será que Collor se enquadrava à risca nesta perspectiva?

O escritor e economista Bresser Pereira, analisa o governo Collor da seguinte maneira:


“Neoliberalismo é profundamente pessimista e individualista a cerca das possibilidades de cooperação social e ação coletiva (...) O mercado é perfeitamente auto-regulável conforme as expectativas dos agentes econômicos. Além do mais, o verdadeiro neoliberal condena a política social, porque o auxilio aos pobres inibe o trabalho e a iniciativa in
dividual (...) Esse principio assegura que a tentativa de melhorar a distribuição de renda e atingir maior qualidade social é perversa, na medida que os efeitos reais são opostos a seus objetivos (...) De acordo com esse conceito de neoliberalismo, Collor claramente não era um neoliberal, como não é a maioria dos políticos latino – americanos (...) O fato de um líder político adotar políticas de ajustamento fiscal e reformas inventadas para o mercado, não significa que seja um neoliberal.”

O congelamento dos salários e a promoção da competitividade do mercado nacional com o mercado internacional, levaram alguns a questionarem se o governo Collor foi ou não neoliberal.

Vários países da Europa se alinhavam a tendências neoliberais. Nesse contexto, Collor toma algumas medidas com a intenção de adaptar o país à política mundial vigente:

  1. Abre a economia brasileira à concorrência mundial reduzindo as tarifas de importação;
  2. Promove a privatização das empresas estatais;
  3. Procura desvincular a atuação do estado na economia.

No inicio do governo, Fernando Collor de Melo implementou um programa de liberalização financeira externa e diminuição de barreiras protecionistas contra a importação. O programa de redução tarifaria, posteriormente acelerado para estabelecer a redução da tarifa média de 32% em 1990, para 14,2% em 1994, com um desvio padrão a se reduzir de 19,6% para 7% no mesmo período.

Com a liberação financeira externa, por sua vez, a economia brasileira interou-se aos fluxos de capital em busca de fontes de aplicações rentáveis em países em desenvolvimento, inclusive países da América Latina, pós-negociação das suas dívidas externas.

Collor deixou evidente que o projeto político do estado estava centrado na proposta de adequar o país frente à nova conjuntura mundial. A abertura econômica pressionada pelos países centrais não podia ser mais adiada, quanto muito era possível negociá-la e graduá-la.

Embora dentro do receituário neoliberal, Collor consegue furar interesses do grande capital instalado no país. Entretanto, no mesmo período, com a dimensão que tornou as denuncias de corrupção do governo e com setores em interdisposição com a política adotada, o Brasil vive o momento da busca de ética na política, caindo em descrédito a política econômica ambicionada pelo governo naquele momento.

Dentro dos mecanismos liberais adotados pela política Collor, há de se destacar a política do câmbio flutuante.

Câmbio Flutuante

Por essa política econômica, o governo não interfere na conversão da moeda nacional em outras moedas nas transações internacionais. Deste modo, são evitados os problemas das taxas cambiais, pois, há o ajustamento automático de acordo com o mercado internacional.

As criticas ao câmbio flutuante são: o câmbio flutuante perturba o comércio e o investimento internacional. A movimentação da taxa de câmbio pode agravar os problemas internos da economia, pois, à medida que a moeda nacional cai, as exportações se tornam mais baratas para os estrangeiros, assim, nossas exportações aumentam enquanto que as importações se tornam mais caras e acabam diminuindo.

O câmbio livre comporta-se fazendo com que a taxa de conversão de uma moeda na outra se faz mediante uma compensação entre as quantidades de mercadorias que essas moedas compram nos outros países.

Nesse viés, o presidente Collor implementou um programa de reformas em diversas áreas, visando maior abertura da economia ao capital estrangeiro, portanto, ocorreu mudança na forma de determinação da taxa de câmbio, tornando esta - flutuante.

Outro aspecto indicado pelo governo Collor como prejudicial ao desenvolvimento desta nação, é que os produtos fabricados no Brasil eram de qualidade inferior aos similares fabricados em outras nacionalidades, e eram vendidos ao consumidor com uma taxa de lucro absurda, já que muitas vezes, o produto importado era de melhor qualidade, e comercializado com preços mais baixos.

Para estimular a entrada de produtos importados, o governo implementou:

  • Extinção das exigências de prazos mínimos para as importações brasileiras, dispensando também, a necessidade de autorização do Banco Central para importação, com prazos de 381 a 720 dias;
  • Criação da Área de Livre Comércio de Guajará-Mirim em Rondônia, com a finalidade de expandir o desenvolvimento das regiões fronteiriças do extremo noroeste daquele Estado, e para incentivar as relações bilaterais com os países vizinhos;

  • Passou a ser emitido o pagamento antecipado e importações, mediante a liquidação de contrato de câmbio anteriormente ao embarque de mercadorias no exterior, quando a antecipação do pagamento estivesse prevista na respectiva guia de importação;

  • Permitia a organização de consórcios de bens de fabricação estrangeira;

  • Facultava a capitação de recursos externos para repasses no país destinado ao financiamento do custeio e de comercialização agrícola.

A política estrutural de cunho liberal sancionada pelo então presidente, teve as seguintes conseqüências no ano de 1992 (segundo BACEM):

  • Recorde histórico para o valor total das exportações;
  • recorde histórico para a exportação de manufaturados US$ 21.659 milhões;
  • segundo maior valor para a exportação de semi-manufaturados US$ 5.204 milhões;
  • recorde histórico para o corrente de comércio US$ 56.681 milhões;
  • segundo maior valor de importação (total) dos últimos 10 anos – US$ 20.578 milhões;
  • segundo maior valor de importações (exemplo petróleo) US$ 17.548 milhões, depois de 1991 – US$ 17.671 milhões;
  • terceiro maior saldo já registrado US$ 15.525 milhões;
  • houve altas nas compras de automóveis, sendo que esse segmento vinha apresentando alta desde 1990.

Deve-se notar o seguinte no governo Collor, o neoliberalismo era mais o discurso do que a prática, uma mistura de liberalismo e populismo.

O objetivo da economia neoliberal é implantar o Estado Mínimo. Sendo que o mercado deve ser auto-regulável a partir das expectativas dos agentes econômicos.

Collor é chamado neoliberal, segundo estudiosos, devido a uma compreensão equivocada e ampla demais da expressão. Para estes, a nomeação - neoliberal, é fruto de uma esquerda radical. A direita moderna não é neoliberal, visto que, aceitam a intervenção do estado de maneira ampla na área social e limitada na área econômica. Essa direita vê o capitalismo como sistema econômico e social ideal.

Claramente se vê que o governo Collor está cheio de contradições no que diz respeito ao neoliberalismo. Em um país tão complexo e desigual, como o Brasil, é impossível ser governado sem ser contraditório. As contradições são vistas no próprio Collor. As suas origens estão na direita oligárquica arcaica do coronelismo nordestino, e na burocrático-autoritária de 1964. Todavia, está claro que, embora sem negá-las totalmente, ele superou essas origens.

Há duas facetas na sua política econômica. Ele pregava a liberalização da economia regida pelo fluxo de capital. Porém, o neoliberal, indo a fundo no significado do termo, não intervém em assuntos sociais, porque a intervenção leva a deterioração desse segmento político. Em contrapartida, uma das bandeiras levantadas pelo governo Collor foi a ofensiva para melhorar a eficiência dos serviços públicos, a qualidade do emprego público, a qualidade da saúde pública, tentar reverter o sucateamento das universidades federais e da educação pública. Levou investimentos à área habitacional, e desse modo, Collor ganha a simpatia dos setores populares, entretanto, ele consegue ferir o interesse do grande capital instalado no país.

Dessa forma, segundo intelectuais, Collor não era neoliberal, mas tinha que propor reformas para resguardar a capacidade fiscal do Estado e a governabilidade.

Os setores da esquerda foram unânimes em declarar o viés neoliberal de Collor, mas a questão maior não estava em dizer se o governo era neoliberal ou não. A questão maior era avaliar quais as possibilidades reais de Collor realizar o controle da inflação e retomar o crescimento econômico. Essa questão só foi conseguida após o término do governo.

Podemos citar como caráter intervencionista de Governo Collor:

O congelamento imediato dos preços seguido de gradual liberalização e livre negociação de salários;

O deslocamento de recursos da poupança para o consumo, forçando o desabastecimento;

Promoveu também o confisco puro e simples de todas as contas correntes, poupanças e demais investimentos que excedessem a quantia de 50 mil cruzeiros. O confisco teria prazo de 18 meses quando então os valores seriam devolvidos às pessoas e empresas, corrigidas monetariamente.


Essas medidas visaram o combate à inflação que estava em torno de 80% ao mês, e previa também, o aumento generalizado de impostos e a demissão de funcionários públicos. Tal medida visava tornar a máquina Estatal mais enxuta e eficiente.



Cabe destacar também, que o governo Collor foi uma vitória da democracia brasileira. Haja visto que não havia eleições diretas para presidente da república desde a instalação dos governos militares. Marcava também, a tentativa de mudanças na agenda econômica do país, a partir da superação do modelo desenvolvimentista e sua substituição por novos padrões de acumulação e crescimento econômico. Apostava-se na recuperação do ideário liberal, com ampla abertura externa, valorização da iniciativa privada, redução às margens de proteção da industria doméstica, flexibilização da legislação reguladora do trabalho. Tal aposta estava pautada pela mundialização da economia, desencadeada após o fim da bipolaridade, característica da Guerra Fria. Essa era a política externa da era da globalização, a partir de quando teve fim os tempos de isolascionismo e da curta-suficiência. Manifestou-se então a queda do argumento de interesses à soberania nacional, pois, esses iam contra os valores fundamentais, ou seja, a autonomia integrativa significava apoio aos regimes internacionais.

O governo queria forçar o país à maior integração internacional, como ficou claro. Entretanto, a tentativa forçada do Brasil em se inserir em tal política, foi vista com maus-olhos pelos países centrais. O Brasil acabou perdendo espaço diplomático nas decisões esternas, fazendo papel de coadjuvante frente aos organismos de regulação da política e comércio supranacionais.

O governo tinha intenções boas para a economia brasileira, contudo, seu erro foi que, num dado momento, enquanto os países do mundo desenvolvido empreendiam uma política protecionista aos seus produtos, dando subsídios às industrias de suas nações e taxando os produtos importados que entravam em seus países, o Brasil caminhava em sentido inverso na sua política econômica.

O esforço norte americano de manter sua supremacia militar e econômica no mundo pós-ordem bipolar aliado ao aumento da concorrência internacional nos planos econômico e tecnológico, não apontavam para investimentos produtivos no Brasil. Ao contrário, verificava-se em escala crescente, o uso de instrumentos de poder, como: medidas anti-duping, aumento de alíquotas de importação e taxas compensatórias, sem, na maioria das vezes, observar as regras da OMC.

No período, o sucesso foi o Mercosul. A integração aumentou sensivelmente o comércio intra-regional, permitiu a preservação a importantes setores industriais a partir da criação da tarifa externa comum, e aproximou cada vez mais os países-membros, superando tensões seculares. Contudo, o Mercosul possui importantes desafios e problemas, causados pelo modelo político de cunho neoliberal adotado na região.

A analise geral observada no governo Collor perante sua política econômica, foi que este governo tentou modernizar a industria nacional, porém, de maneira brusca e forçada, levando os empresários brasileiros a terem prejuízos dentro do mercado nacional. Contudo, com a criação do Mercosul, alguns segmentos industriais saíram com bom desempenho no contexto da política Collor, principalmente, os referentes aos produtos primários.

A intenção do governo era tirar o Brasil do isolamento internacional que vinha desempenhando, e mudar o perfil de suas exportações, deixando de ser fornecedor de produtos primários para países desenvolvidos, que para nós, vendiam produtos de alta tecnologia a preços elevados, e que muitas vezes eram fabricados com o uso de nossos comodities. Mostrar aos empresários brasileiros os novos rumos do comércio internacional e o quanto era imprescindível a modernização tecnológica dos produtos fabricados no Brasil, com a finalidade de competirem de maneira mais equilibrada com o capital internacional e levar o Brasil a ter mais voz nas decisões que regem a política internacional.

Podemos concluir que Collor na verdade, não era totalmente liberal, pois, interveio várias vezes e de diversas formas, como já foi mostrado, na economia nacional. Era um político contraditório que várias vezes foi criticado por estar a favor do grande capital, apesar dos grandes empresários estarem insatisfeitos com sua política. Outras vezes, era taxado de populista, apesar da insatisfação popular com a forma de Collor governar.

Querendo alguns concordar ou não, Collor inaugurou uma nova era política no país, e, na verdade, pretendia adaptar o Brasil para a fase econômica do contexto mundial, a chamada Política da Globalização. Suas ações ora liberais, ora intervencionistas, não eram neoliberais. Apesar das contradições, existia forte intervenção estatal na economia. Na verdade, o que se pode afirmar a respeito do governo Collor, e que se trata de um modelo político fracassado da direita moderna.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BOBBIO, Norberto. Direita e Esquerda. Razões e significados de uma distinção política. Editora: Unesp. Ed: 2ª.2001.

CHOMSKY, Noam. O Lucro ou as Pessoas? Editora: Berthand Brasil. Ed: 2ª. 2004.

MEDEIROS, Gilmar Silva. A Influência do Câmbio Flutuante no Governo Collor. Editora: Unimontes. 1993.

VICENTINO, Cláudio. História para o ensino médio. Editora: Scipione. 2000.

VIZENTINI, Paulo Fagundes. Dez anos que abalaram o século XX. Editora: Leitura XXI. Ed:1ª. 1999.

SITES:

www.bresserpereira.org.br/papers/ebpi82collor&modernidade.PDF

sábado, 9 de junho de 2007

Teoria dos DEUSES & mitos

Algumas religiões interessantes



Diego Fonseca


Individualmente, temos a concepção do que seja Deus. Através de nossas experiências, tradições e perspectivas culturais, vamos formando em nossas mentes a ideologia de um ser divino. Talvez por isso muitos dizem que Deus é uma questão de opinião pessoal.

“No início da relação com as divindades, os homens assemelhavam-se a elas. Acreditavam que as divindades estavam próximas dos mortais pelo infinito poder da mente e do corpo.” (Barros, p. 11).

Ao longo da evolução das sociedades, várias religiões foram surgindo ou sendo aprimoradas. À medida que as pessoas iam questionando mitos ou uma “verdade” não era mais aceita, as religiões procuravam reformar-se. Vários credos e deuses foram sendo criados, o que resultou na diversidade de ideologias que temos hoje.

OS GNOSTIKOI


Os gnósticos são cristãos que explicavam Deus através de narrativas míticas. Para esses, não é possível explicar Deus, pois este é perfeito e preexistente, habitava em locais invisíveis e inomináveis. O entendimento de Deus para os gnósticos não é racional, é uma intuição individual do mistério-divino.

Tal crença acredita que após 30 manifestações, Deus se revelava através de elementos concretos da natureza, e também, que Deus não havia criado o mundo. O mundo, para eles, era criação inferior, inventado por Demiurgo, ou “criador”. Os gnósticos até o século II eram considerados os primeiros teólogos.

“Explicava Valentius, um dos principais gnósticos cristão, no livro das Heresias: “ ele (Demiurgo) fez o Céu sem conhecimento; formou o homem em ignorância do homem; trouxe a Terra à luz sem compreender a Terra”.” (Barros, p. 17).

A CABALA


A cabala é uma forma mais mística e simbólica de explicação de Deus. Seu objetivo era passar de mestres para discípulos, as mensagens místicas herdadas pela tradição judaica.

Ein Sof (sem fim) era o chamado Deus oculto. Nada se sabe sobre Ele. Este não pode ser objeto de revelações. Quando desceu ao mundo, Ein Sof se fez representado por substâncias e emanações (sef rot) que ele próprio criou. As sef rot eram mundos de luz, que manifestam a escuridão de Ein Sof.

A cabala remonta dos séculos XIV e XIII a.C. Estudiosos judeus e filósofos renascentistas como: Pico della Mirandola (1463-1494), Johannes Reuchlin (1455-1522), examinavam a cabala.

O ISOLAMENTO DOS MÍSTICOS

Os sufistas muçulmanos seguem os ensinamentos pregados por Maomé. São de origem Árabe-persa. Segundo estes o espírito humano é emanação divina. O isolamento e a meditação são formas de purificação e ascendência da alma.

Tariqa são os mestres do credo dos sufistas. Estes isolam de todas as “ganâncias” do mundo e praticam a simplicidade material, seguindo os ensinamentos de Maomé.

O BUDISMO



O Budimo foi fundado no século VI aC, pelo Sidhartha Gautama. Tem adeptos no mundo inteiro, mas a maior parte está nos países orientais e na África. É subdividido em duas correntes de pensamento, o Mahayana o Hinayana. O Hinayana quer manter as teses primitivas, segue uma linha ortodoxa, mais individualista. O Mahayana é menos intelectualista, acético e pessimista.

Na Índia havia uma tribo chama Sakyas, há 2500 anos, cujo rei era Soudhodhana. Este não conseguia ter filhos, e para tê-lo rezava todos os dias e oferecia sacrifícios aos deuses. Quando o rei tinha 50 anos, sua esposa deu a luz a Siddhartha.

Quando era criança, Siddhartha estava brincando com um primo que derrubara uma pomba através de uma pedrada. Siddhartha ao ver que a ave estava apenas desfalecida a reanimou e a soltou. Seu primo, com raiva disse-lhe que ele não devia ter feito aquilo, porque a pomba tinha caído pelas mãos dele. O sábio Siddhartha o diz que quem é dono de um animal não é aquele que o maltrata, mas sim aquele que o respeita e lhe dá liberdade.

Aos 19 anos se casa, é feliz e tem um filho. Mas aquilo não o satisfaz. Aos 29 anos após várias provações, Siddhartha chega a conclusão que o caminho para a salvação e sabedoria era fazer o bem. No dia 8 de dezembro Siddhartha torna-se o Buda – o mestre iluminado.

Sua fé baseia-se na verdade, no equilíbrio, na honestidade, na meditação, e no respeito aos homens e animais.

O ISLAMISMO


Fundado em 622 d.C por Maomé, em Meca na Arábia Saudita, tendo como livro guia o Alcorão.

Sua formação se dá através das visões que Maomé dizia ter, as quais este lhes atribuía que eram visões de ensinamentos de Alá. Como era analfabeto, pediu aos seus secretários que escrevessem os capítulos – 114, que dariam origem ao Alcorão. Desde então o islamismo se difundiu pelo mundo, e tem seguidores em todos aos países, de norte-americanos a japoneses.

Para os islamitas Deus é o juiz dos homens. E tudo está pré-determinado por Deus. Tudo “está escrito.” Os bons irão para o céu, lugar onde há o jardim das delícias, bebidas que embriagam e virgens apaixonadas a espera do “homem bom”. Os maus - irão para o inferno, onde há o vento que queima, a escuridão e a fumaça.

O HINDUÍSMO



O hinduísmo é originado da Índia, e só pode ser hinduísta quem nasceu hinduísta. Não tem fundador. Os livros sagrados são – Os Vedas, e os Brahmanas.

Para os hindus a salvação se dá pela busca do conhecimento e pelo amor. Acreditam em muitos deuses – 32 milhões, mas todos eles são representações do Deus maior, o Brahma (alma do mundo). Essa alma do mundo também chamada de “Trimurti”, o Deus trino e uno, cujo nome acreditavam ser 1: Brahma, o criador; 2: Visshnu (Krishna), o conservador; 3: Shiva, o destruidor. Alguns autores afirmam que a doutrina trinitária cristâ provem do hinduímo.

Os hinduístas acreditam que Deus está em todas as coisas, especialmente nos animais, portanto, eles abstêm-se de comer carne para não evitar o perigo de engolir a divindade. Além do mais, pregam a não violência, dizem que toda realidade terrestre é a aparência enganosa e fonte de sofrimento. Têm como animais sagrados as vacas, os macacos e as serpentes – porque neles habita de maneira especial o Brahma, (divindade).

NO BRASIL

Ao longo de nossa história, diversas “personalidades” foram admiradas por seus feitos heróicos ou por sua empatia diante de seus admiradores. Essa empatia aos líderes muitas vezes era somada à aclamação dos tais em messias. São os casos de: Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo do Palmares; Antônio Conselheiro, líder de Canudos; Cícero Romão Batista – o Padre Cícero -, chefe político, homem de muitas posses e líder messiânico no Ceará no início do século XX. Em todos esses casos, os líderes citados eram homens que ganhavam a confiança de pessoas simples, sem grande conhecimento intelectual e com grandes deficiências econômicas.

A FÉ

As pessoas nascem livres e têm o direito de escolherem em que vão acreditar. Entretanto, a busca da informação é muito necessária para que não se caía em idéias falaciosas. Muitas religiões e líderes messiânicos nasceram da ingenuidade de um povo, e são aclamados como deuses, mas não passam de mito. Cabe a cada indivíduos determinar o que é a verdade para ele. O bom de tudo é que no final das contas, de uma maneira ou de outra, todas os credos têm algo de bom para ensinar.

REFERÊNCIAS:

WILGES, Irineu. Cultura Religiosa – As religiões no mundo. Petrópoles – RJ: editora Vozes, 1995, 5ª edição. P. 27-35.

BARROS, Douglas Ferreira. DEUS Será que existe? Quem é Ele? São Paulo – SP: Editora Moderna, 1970, 1ª edição. P. 29-72.

Enciclopédia BADEM. B-C. Cícero, Padre. São Paulo, Livraria Editora Iracema LTDA, 1979, p. 240.

PILLETI, Nelson. História do Brasil. In: O trabalho escravo na construção do Brasil. p. 100-101. In: Misticismo e revolta, crise e revolução. São Paulo: Ática, 1996, p. 100-230.

Revista Galileu: Como Jesus se Tornou Deus. Globo. Dezembro de 2005, nº 173, p.28-37.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

O Mundo - Erros, Desacertos, Ética e o Meio Ambiente

Diego Fonseca

O assunto do momento na mídia mundial é o aquecimento global da Terra. De uma hora para outra os meios de publicação se deram conta de uma realidade preocupante e catastrófica para o futuro dos seres vivos.

Caso, urgentemente, os cidadãos deste planeta não tomem alguma medida de contenção de lançamento dos gazes CFC’s (cloro-fluor-carbonos) na atmosfera, nosso planeta entrará literalmente num caos. A temperatura média do planeta subirá, o nível dos oceanos aumentará e fará desaparecer cidades inteiras que estão a poucos metros do nível do mar. Espécies animais serão extintas, seres humanos morrerão pelas mais diversas calamidades, e o “equilíbrio terrestre” entrará em descompasso.

Diante dos fatos, é interessante analisar o seguinte, há muitas décadas, talvez séculos, estudiosos vêm mostrando teorias sobre a insustentabilidade que ocorreria caso a população continuasse crescendo sem controle. O mais conhecido desses teóricos é Malthus, economista que escreveu a obra – “Ensaio Sobre o Princípio da População” e criou a teoria que discorria sobre a proporção de geração de alimentos em relação ao aumento demográfico, ou seja, o excesso de contingente populacional levaria a uma carência no abastecimento de produtos essenciais à vida. Malthus dizia também que a culpa da existência da pobreza é do próprio pobre, que não faz controle de natalidade e conseqüentemente cria a sobrepopulação – população extra a oferta de suprimentos.

Outro teórico que dialoga a respeito da sobrepopulação é Marx, em “O Capital”, não enfaticamente sobre a falta de suprimentos para a existência, mas sim, sobre a falta de emprego para a excessiva massa populacional que estava se formando com o início do surto demográfico - no período da chamada Revolução Industrial.

Nos dias atuais, teóricos embasados nas idéias de Malthus – os neomalthusianos, dialogam que o pobre não é o culpado pela existência da miséria, mas que para minimizá-la é necessário o planejamento familiar. Essa idéia, aliás, é bastante providencial, por mais que alguns teimem em dizer o contrário.

É óbvio que o planeta não aqüenta mais e mais crescimento demográfico - com o padrão de vida que pleiteamos para as gerações futuras. Não dá para explorar os recursos naturais no ritmo que se vem explorando atualmente. Falando em Brasil, quantos milhares de hectares das vegetações foram perdidos para dar lugar à agricultura ou a expansão urbano-industrial.

Ao longo do século XX, período de maior florescer de discussões sobre temas ambientais, diversos movimentos ambientalistas vêm alertando para a instabilidade planetária que estávamos gerando com o consumismo desvairado.

O fato é que, há muito tempo vem se discutindo sob maneiras de conter a depredação do meio ambiente. Não deram o devido valor a esse assunto até que chegamos “ao fundo do poço”. O planeta Terra está deitado numa cama de UTI quase em estado terminal.

É sabido que reverter o quadro de desequilíbrio e restabelecer o foi destruído é impossível. Como afirma a teoria geral dos sistemas – um sistema ao entrar em desequilíbrio, jamais retornará ao seu equilíbrio original. Poderá entrar num novo equilíbrio, mas diferente daquele já verificado. Portanto, para aquilo que a humanidade já fez ao meio natural, está feito, não há remédio eficaz, mas sim, paliativos para mitigação dos impactos já gerados. Para recuperar séculos de destruição dos nossos ecossistemas serão necessários milhares de anos.

Idéias interessantes foram apresentadas para minimizar os impactos que o homem vem gerando, como a do desenvolvimento sustentável, porém, as sociedades (destacando os Estados Unidos) não acataram a idéia, preferiram ficar com seu economismo e desmereceram as sugestões dos ambientalistas - chamando-os de ingênuos e de mero ecologismo aquilo que pregavam.

Então, o que fazer? Nada de novo pode ser feito, a não ser a espécie humana aprender de vez que o direito de um ser termina quando começa a ferir o do outro.

Para que tanto consumismo? Para que uma família ter vários automóveis - aumentando a poluição atmosférica. Para que ostentar um padrão de vida muito acima de vários extratos sociais, promovendo a matança de animais a fim de ser produzido o couro que faz o calçado das madames; a derrubada de árvores para obtenção de madeira, que gera os móveis “finos”; a exploração dos miseráveis com salários irrisórios para gerar os produtos almejados pelas classes mais abastadas. Para que isso tudo, quando sabemos que o desenvolvimentismo gera, além de problemas ambientais, vários desequilíbrios no comportamento coletivo, como os casos de violência que rotineiramente nos deparamos ou assistimos nos noticiários por indivíduos insatisfeitos com sua condição financeira.

Será mesmo que existe fome no mundo por falta de alimentos? Sabemos que não. O capitalismo nega alimento aos famintos para sustentar o mecanismo da oferta e procura, e dessa forma, mover a estrutura econômica atual. Enquanto uns morrem de fome, há simultaneamente no mundo, uma epidemia de obesidade e animais são sacrificados de maneira covarde nas fazendas industriais.

Talvez, como dialoga o filosofo australiano – Peter Singer, entrevistado pela revista Veja de 21 de janeiro de 2007, os valores morais das sociedades devam ser revistos. É necessário que rediscutamos o que é certo e o que é errado. É preciso estabelecer, e fazer funcionar, novos valores éticos para a coletividade - valores mais pragmáticos e incisivos. Pequenas infrações, as quais não são dadas as devidas importâncias, devem ser orientadas e castigadas para que um pequeno erro na educação das pessoas não se transforme num problema mundial.
Como já foi dito diversas vezes, todavia não foi praticado, é preciso que façamos nossa parte para mudar o mundo. Estamos em meio a um colapso ambiental, social e numa crise de valores. Ou paramos de tratar certas idéias como "ingênuas e utópicas", ou entramos no fim dos tempos. Que façamos a escolha certa.